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Webshoppers: Um panorama atual do e-commerce brasileiro

Nathálya Soviersovski

14/01/2025

O termo webshoppers refere-se aos consumidores que realizam compras online, formando o público-alvo de estudos que analisam seus hábitos, preferências e comportamentos no ambiente digital. Desde 2001, o relatório Webshoppers, produzido pela NIQ Ebit, se consolidou como a principal referência para compreender o e-commerce no Brasil. Na sua 50ª edição, o estudo explora dados aprofundados sobre o desempenho do setor, tendências de consumo e categorias em destaque, oferecendo um guia indispensável para marcas e varejistas que desejam entender e aproveitar as oportunidades no mercado digital. Confira abaixo os principais insights da pesquisa.

Crescimento do e-commerce brasileiro

O e-commerce brasileiro apresentou uma expansão significativa no primeiro semestre de 2024, com crescimento de 18,7%, alcançando um volume de vendas de R$ 160,3 bilhões. Esse desempenho é impulsionado por diversos fatores que fortalecem o setor. Entre eles, destaca-se o aumento da confiança dos consumidores no ambiente digital, resultado de melhorias nos processos logísticos, políticas de devolução mais claras e experiências personalizadas.

Além disso, a adesão de novos consumidores também contribuiu para o avanço do mercado, com um crescimento de 25,7% no número de usuários ativos, totalizando 66,6 milhões de brasileiros, impulsionados por maior inclusão digital e estratégias eficazes de captação. Datas promocionais como Black Friday e Dia do Consumidor continuam a ser motores importantes, atraindo compradores em busca de ofertas exclusivas.

Fonte: 50ª edição relatório Webshoppers

Esse crescimento reflete não apenas o aumento no volume de vendas, mas também a diversificação de categorias e formatos de operação, que ampliam a capacidade do e-commerce de atender às variadas demandas dos consumidores em todo o país.

Categorias em alta

As categorias de produtos desempenham um papel essencial no desempenho do e-commerce brasileiro, revelando como o setor evolui para atender tanto às demandas cotidianas quanto às preferências de consumo específicas. Segundo o relatório, algumas áreas ganharam destaque, evidenciando tendências de compra e o comportamento dos consumidores:

Eletrodomésticos: Depois de um período de retração, a categoria voltou a crescer, representando uma parte significativa do GMV (Gross Merchandise Volume). Esse aumento é atribuído a fatores como a necessidade de renovação de produtos comprados durante a pandemia e as altas temperaturas que impulsionaram as vendas de ar-condicionado e ventiladores.

Perfumaria e Cosméticos: Itens de perfumaria, maquiagem e skincare seguem em alta, impulsionados pela busca por autocuidado e pela conveniência das compras online. Campanhas promocionais, como Black Friday, e o acesso facilitado a marcas premium ampliaram ainda mais a popularidade dessa categoria, que continua a atrair consumidores interessados em tendências e produtos inovadores.

Saúde: Produtos como medicamentos e itens relacionados ao bem-estar mantêm alta recorrência de compra devido à praticidade oferecida pelo e-commerce. A facilidade de reposição e a possibilidade de comparar preços e marcas têm fidelizado consumidores que buscam eficiência e economia na aquisição de produtos essenciais.

Esporte e Lazer: Com o aumento do interesse por práticas esportivas e atividades ao ar livre, a categoria registrou crescimento significativo. A procura por itens como equipamentos de ginástica, acessórios para exercícios e produtos para lazer ao ar livre reflete a maior conscientização sobre saúde física e mental, além da comodidade de encontrar uma ampla variedade de produtos online.

Alimentos e Bebidas: Líder em volume de pedidos, essa categoria se consolida como um pilar do e-commerce, atendendo tanto a missões de reposição quanto a compras específicas, como bebidas alcoólicas e itens gourmet. O crescimento reflete a adaptação dos consumidores ao formato digital para compras do dia a dia, que une conveniência e economia.

Esse destaque de categorias reflete como o e-commerce está atendendo tanto a demandas básicas quanto a compras de maior valor agregado, criando um ecossistema diversificado para os consumidores.

Fonte: 50ª edição relatório Webshoppers

Tendências de consumo e formatos de operação

Os dois principais formatos de operação no e-commerce, Pure Players e Bricks & Clicks, seguem trajetórias distintas no mercado brasileiro. Os Pure Players, que operam exclusivamente no ambiente digital, registraram um crescimento expressivo de 48,7% no faturamento, impulsionados pela agilidade e pelo foco no digital. Essas operações oferecem benefícios como uma ampla variedade de produtos, experiência de compra simplificada e logística eficiente, o que tem conquistado cada vez mais consumidores.

Por outro lado, os Bricks & Clicks, que combinam operações físicas e online, enfrentaram desafios significativos, com retração em várias categorias. Esse desempenho sugere dificuldades na integração dos canais e na adaptação às novas expectativas dos consumidores. Essa análise evidencia que, enquanto as operações exclusivamente digitais ganham força, os varejistas híbridos precisam investir em tecnologia e na experiência omnichannel para se manterem competitivos e relevantes no mercado.

A importância das missões de compra

O estudo também explora as motivações que impulsionam as compras online, conhecidas como missões de compra, destacando três principais:

1) A primeira é a abastecimento e reposição, que corresponde à maior parte das aquisições em categorias como alimentos e cosméticos. Essa missão reflete a praticidade do e-commerce para atender a compras recorrentes, facilitando o dia a dia dos consumidores.

2) A segunda motivação é relacionada a promoções e ofertas, com consumidores aproveitando campanhas como a Black Friday para adquirir produtos de maior valor agregado, atraídos pelos descontos e condições especiais.

3) Por fim, há a motivação por urgência, onde o canal digital se destaca por atender rapidamente a necessidades emergenciais, como a reposição de medicamentos ou a compra de eletrodomésticos.

Essas diferentes missões reforçam o papel essencial do e-commerce não apenas para compras planejadas, mas também para demandas imediatas, consolidando sua relevância no cotidiano dos consumidores.

Desempenho regional

O crescimento do e-commerce foi registrado em todas as regiões do Brasil, com destaque para o Norte, que apresentou um aumento expressivo de 47,9%. Esse dado é particularmente relevante, pois evidencia a expansão do acesso ao digital em áreas que historicamente tinham menor representatividade no mercado online.

Além disso, o Sudeste continua liderando em participação no GMV total, impulsionado por grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro, que concentram uma parcela significativa das operações e vendas digitais. Já o Nordeste registrou um crescimento de 19,6%, reafirmando sua importância como um mercado em ascensão no cenário nacional do e-commerce.

Esse panorama regional ressalta a necessidade de estratégias adaptadas às demandas e preferências específicas de cada localidade, garantindo que varejistas e marcas possam atender de forma eficiente às diversas realidades do país.

Fonte: 50ª edição relatório Webshoppers

O futuro do e-commerce

Olhando para o futuro, o e-commerce brasileiro apresenta tendências claras para o setor nos próximos anos. A adoção de tecnologias inovadoras, como inteligência artificial e automação, já está transformando a forma como as marcas personalizam experiências e otimizam campanhas de marketing, permitindo maior eficiência e conexão com os consumidores. Paralelamente, a expansão do mobile commerce (m-commerce) se destaca, impulsionada pela crescente adoção de smartphones, consolidando o mobile como um canal essencial para as compras online e exigindo estratégias específicas para esse formato.

Outro ponto em evidência é o foco em sustentabilidade, com consumidores cada vez mais preocupados com práticas ambientais e sociais, o que influencia desde as escolhas de embalagens até a estruturação das cadeias de fornecimento. Por fim, a evolução do omnichannel segue como um diferencial competitivo, integrando experiências físicas e digitais para atender às expectativas dos consumidores por conveniência e consistência em suas jornadas de compra.

Essas tendências reforçam o dinamismo do e-commerce brasileiro e destacam a necessidade de inovação contínua para acompanhar um mercado em constante transformação.

Conclusão

O e-commerce brasileiro está em franca expansão, impulsionado por categorias estratégicas, crescimento regional e avanços tecnológicos. Esse cenário reflete um mercado vibrante e cheio de oportunidades, onde marcas e varejistas têm a chance de inovar e se adaptar às novas demandas dos consumidores.

Atender às expectativas do público com experiências personalizadas, preços competitivos e uma logística eficiente se torna essencial para conquistar e fidelizar clientes. Mais do que nunca, o digital deixou de ser apenas um canal complementar e se tornou indispensável para quem busca relevância e diferenciação em um mercado cada vez mais concorrido.