O Dia dos Namorados continua sendo uma das datas mais importantes do varejo brasileiro. Em 2025, a celebração deverá movimentar cerca de R$ 23 bilhões, segundo levantamento da CNDL/SPC Brasil (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), confirmando o forte apelo emocional e comercial da data. Mais do que flores e chocolates, a data tem sido uma vitrine para marcas se conectarem com diferentes perfis de consumidores e estreitarem laços com seus públicos por meio de campanhas relevantes, inclusivas e estratégicas.
A edição 2025 da pesquisa da CNDL/SPC Brasil revelou que 99,7 milhões de brasileiros pretendem comprar presentes na data, o que representa quase metade da população do país. A média de gastos prevista é de R$ 238 por consumidor, e o ticket médio tem crescido ano a ano, refletindo tanto a inflação quanto o desejo de impressionar o parceiro com presentes mais significativos.
Entre os presenteados, os dados mostram:
. 66% pretendem presentear o cônjuge (marido ou esposa);
. 31% o(a) namorado(a);
. E ainda há menções a amigos(as), pretendentes e até pets, indicando um movimento de expansão do conceito de afeto nas campanhas.
Outro dado interessante: 61% dos entrevistados pretendem gastar mais que no ano passado. Os principais motivos são: querer oferecer um presente melhor (61%); alta dos preços (25%); compra de mais de um presente (20%).
Apesar da digitalização acelerada, o canal físico segue sendo dominante, com 57% dos consumidores optando por lojas físicas. No entanto, o online tem forte presença: 33% dos entrevistados afirmaram que vão comprar pela internet, sendo:
. 67% via aplicativos de loja;
. 62% via sites;
. 13% por redes sociais, com destaque para o Instagram.
O comportamento omnichannel se consolida. Os consumidores escolhem o canal mais conveniente, prático e que ofereça melhor custo-benefício. A jornada começa, muitas vezes, no digital (busca por inspiração e pesquisa de preços), mas termina na loja física.
De acordo com a pesquisa “Apaixonados vão às compras”, da Globo, 45% dos consumidores são influenciados por conteúdos nas redes sociais. Esse dado reforça a importância de estratégias de conteúdo orgânico e pago em datas comemorativas.
Outros destaques do levantamento mostram que:
. 28% dos entrevistados esperam que as marcas sejam mais criativas na data;
. 50% desejam campanhas mais inclusivas, representando diversidade de gênero, orientação sexual, tipos de relacionamento e faixas etárias.
Ou seja, não basta anunciar: é preciso comunicar com empatia, autenticidade e representatividade.
Na hora de escolher o presente, os favoritos seguem uma lógica emocional combinada com utilidade. Os produtos mais procurados são:
1) Roupas (42%);
2) Perfumes e cosméticos (38%);
3) Calçados (25%);
4) Chocolate e cestas (17%).
Além disso, 62% dos consumidores pretendem fazer algum tipo de comemoração, sendo a principal escolha jantar fora (restaurantes ou delivery), o que mostra a importância também do setor de serviços nesse período.
Sobre as formas de pagamento, a preferência segue por:
. Cartão de crédito parcelado (31%);
. PIX (27%), consolidando-se como um dos principais métodos;
. Cartão de débito (13%);
. Dinheiro (11%).
O pagamento à vista ainda predomina (65%), mas o parcelamento continua sendo uma opção importante para facilitar aquisições de maior valor.
No Espírito Santo, pesquisas mostraram que 91% das pessoas consideram a data importante, e 83% pretendem comemorar. Isso reforça que, mesmo em tempos de inflação e incertezas econômicas, datas afetivas mantêm seu apelo. Entre os capixabas, 40% querem celebrar com um jantar fora, 34% vão presentear com roupas, 20% escolheram cosméticos e perfumes, e 9% pretendem oferecer experiências como viagens e passeios – segmento que ganha cada vez mais força.
Esse comportamento não é isolado: em outras regiões do Brasil, o impacto também é expressivo. No Sudeste, há maior concentração de consumo e ticket médio, com forte presença do e-commerce e maior propensão a gastar com experiências e produtos premium. No Sul, os consumidores tendem a valorizar presentes duráveis, como roupas e eletrônicos, enquanto no Nordeste, experiências simples como jantares em casa e trocas simbólicas ganham protagonismo. Já nas regiões Centro-Oeste e Norte, destaca-se o crescimento do uso do PIX como principal meio de pagamento, além da preferência por compras em marketplaces e canais digitais, mostrando que a digitalização do consumo tem alcance nacional.
Essas características regionais evidenciam a importância de estratégias segmentadas e campanhas que respeitem os hábitos e preferências locais, tornando as ações mais relevantes e assertivas para cada público.
1. Personalização e storytelling
Campanhas que conectam presente, experiência e emoção aumentam o engajamento. Ações que mostram histórias reais de casais, e não apenas modelos idealizados, tendem a gerar maior identificação.
2. Inclusão e diversidade
50% dos brasileiros querem ver mais inclusão nas campanhas. Representar casais LGBTQIA+, pessoas com deficiência, idosos e relacionamentos não convencionais é cada vez mais esperado e pode ser um diferencial competitivo.
3. Cross-sell e kits promocionais
Criar kits promocionais combinando produtos (ex: perfume + jantar + cartão personalizado) ajuda a aumentar o ticket médio e a percepção de valor.
4. Conteúdo de valor nas redes sociais
Campanhas com creators, reels inspiradores, unboxings e dicas de presente estão entre os formatos preferidos do consumidor para se inspirar.
O Dia dos Namorados 2025 será uma grande oportunidade para marcas e varejistas que souberem alinhar emoção com estratégia. Com uma movimentação prevista de R$ 23 bilhões, consumidores dispostos a gastar mais e crescente influência digital, a data pede ações coordenadas entre marketing, e-commerce, branding e atendimento.
Mais do que uma data de presente, é um momento de celebrar vínculos, e as marcas que souberem se conectar com verdade, representatividade e criatividade certamente terão vantagem competitiva.