Essa abordagem permite que marcas expandam seu alcance e criem narrativas que conectem públicos diversos. Produtos que antes eram associados a grupos etários específicos, como livros de colorir ou produtos de skincare, agora atravessam gerações, mostrando que interesses não têm idade. Isso desafia as estratégias de segmentação convencionais e amplia as possibilidades criativas para campanhas e produtos.
5. Sustentabilidade: Do discurso a ação
A emergência climática colocou a sustentabilidade no centro das decisões estratégicas. Eventos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul em 2024, evidenciam a necessidade de integrar práticas sustentáveis nas operações das empresas.
O greenwashing — estratégias superficiais que simulam compromisso ambiental — perdeu espaço. Os consumidores exigem ações concretas: 47% da Geração Z espera que marcas apoiem causas ambientais de forma ativa. O desafio agora é conciliar crescimento econômico com responsabilidade ambiental.
Marcas que adotam práticas sustentáveis não apenas atendem às expectativas do público, mas também se posicionam como líderes em um mercado que valoriza responsabilidade social. De cadeias produtivas transparentes a inovações em embalagens recicláveis, as oportunidades são vastas para quem escolhe agir.
Aqui na GhFly trabalhamos com diversas marcas líderes no mercado que buscam cada vez mais um desenvolvimento sustentável, tendo isso uma premissa. A Unilever, por exemplo, entre 2010 e 2020, formalizou seu compromisso de longa data com a sustentabilidade, através do Plano de Sustentabilidade da Unilever (USLP). Seu objetivo era reduzir o impacto ambiental e social, diminuindo o consumo de água, emissões de gases do efeito estufa e o desperdício de embalagens.
“Tivemos muitos destaques nos últimos dez anos. As marcas sustentáveis da Unilever, que incluem Dove, Hellmann’s e Domestos, vêm ultrapassando a taxa de crescimento médio do restante do portfólio desde que a métrica foi introduzida em 2014. Evitamos mais de €1 bilhão em custos por meio do aprimoramento da eficiência hídrica e energética em nossas fábricas, usando menos material e produzindo menos resíduos.”, explica Rebecca Marmot, Chief Sustainability Officer.
E com o fim da USLP, a Unilever está comprometida em continuar liderando as ações de sustentabilidade e desenvolveu uma nova estratégia totalmente integrada: a Bússola da Unilever.
6. Construindo confiança em tempos de incerteza
A era digital trouxe consigo uma avalanche de informações, nem sempre confiáveis. Consumidores se sentem inundados por notícias falsas, conteúdo gerado por IA e promessas vazias, o que torna a confiança um fator crucial na decisão de compra. Imagine navegar por um mar de ofertas e informações, tentando distinguir o real do artificial, o verdadeiro do falso. É nesse contexto que a autenticidade e a transparência se tornam diferenciais importantes para as marcas.
O relatório da Bits to Brands + WGSN revela que 62% dos consumidores consideram a confiança um fator decisivo na escolha de uma marca. Isso significa que a construção de uma reputação sólida e confiável é fundamental para o sucesso. As empresas estão respondendo a essa demanda com práticas de cidadania empresarial, buscando equilibrar lucro com responsabilidade social e ambiental. Ações como campanhas com figuras públicas confiáveis, selos de qualidade e comunicação transparente reforçam a credibilidade da marca e criam conexões mais profundas com o público.
Mas a confiança vai além das aparências. A forma como as empresas utilizam tecnologias como a inteligência artificial também impacta a percepção do consumidor. O uso ético da IA, a transparência em relação aos algoritmos e a coleta de dados, e a clareza nas práticas empresariais são elementos essenciais para construir confiança duradoura. Em um mundo onde a desinformação é abundante, a honestidade e a ética se tornam pilares para a construção de relações sólidas entre marcas e consumidores.
Conclusão
Em um cenário de constantes transformações, adaptar-se às novas dinâmicas de consumo não é mais uma escolha, mas uma necessidade para marcas que desejam permanecer relevantes. As tendências mapeadas não são respostas definitivas, mas direções estratégicas que refletem mudanças culturais.
Marcas que transcendem o ruído do digital e criam conexões verdadeiras conseguem ir além do viral. Elas se tornam memoráveis, criando valor a longo prazo e se posicionando de forma sólida em um mercado cada vez mais competitivo.
Para 2025 e para os próximos anos, o desafio será equilibrar inovação com autenticidade, criando estratégias que respeitem as complexidades do comportamento humano e atendam às novas exigências sociais e ambientais. Aquelas que conseguirem se adaptar, mantendo propósito e consistência, estarão mais preparadas para as incertezas do futuro.