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YouTube fortalece o ecossistema de compras com novas ferramentas para Shorts e Comunidades

Nathálya Soviersovski

15/09/2025

O YouTube segue avançando em sua jornada para se consolidar como uma plataforma cada vez mais integrada ao social commerce. Segundo o próprio Google, mais de 2 bilhões de usuários logados acessam o YouTube mensalmente, assistindo mais de 1 bilhão de horas de vídeo por dia. Esse ecossistema gigantesco é também terreno fértil para marcas e criadores de conteúdo transformarem audiência em conversão, e as novidades mais recentes vão exatamente nessa direção.

Entre as principais atualizações estão os adesivos de compras nos Shorts, a expansão do product tagging para mais criadores e as melhorias na aba Comunidade, que agora se tornam ferramentas complementares para potencializar engajamento, descoberta de produtos e vendas dentro da plataforma.

A evolução do product tagging no YouTube

De acordo com dados da Influencer Marketing Hub, 61% dos consumidores afirmam que confiam mais em recomendações de criadores do que em anúncios tradicionais. É nesse cenário que o product tagging ganha força: ao permitir que criadores marquem produtos diretamente nos vídeos, inclusive nos Shorts, o YouTube transforma cada conteúdo em uma vitrine interativa, aproximando recomendação e compra.

Hoje, o recurso de marcação de produtos está disponível para criadores que participam do Programa de Parcerias do YouTube (YPP), cumprindo requisitos de elegibilidade como histórico de bom comportamento, mínimo de inscritos e engajamento ativo. Segundo o Google, canais que participam do YPP aumentaram sua receita anual em mais de 50% em média desde 2019, e a expectativa é que essas novas formas de monetização ampliem ainda mais esse potencial.

Além disso, relatórios de mercado apontam que o social commerce deve movimentar US$ 2,9 trilhões até 2026, com vídeos interativos e recomendações de criadores sendo um dos principais motores desse crescimento. Isso explica por que o YouTube aposta tanto em facilitar a jornada de compra dentro da própria plataforma.

Fonte: Touch Storm – Jornada do consumidor no YouTube app

Fonte: Touch Storm – Jornada do consumidor no YouTube.com (mobile e desktop)

Shorts: adesivos de compras potencializam o formato

Os Shorts, que registram mais de 70 bilhões de visualizações diárias (dados do Google em 2024), se tornaram um dos carros-chefe do YouTube na disputa pela atenção do público jovem. Agora, com os adesivos de produtos do Shopping, o formato passa a integrar o funil de conversão, conectando descoberta e compra de forma nativa, sem que o público precise sair do app.

Segundo o Google, os adesivos permitem que criadores parceiros marquem produtos de forma direta em vídeos curtos, adicionando links clicáveis que levam o espectador até a página de compra, seja no próprio YouTube Shopping ou em sites parceiros. Inicialmente, o recurso está disponível para criadores do Programa de Parcerias do YouTube nos EUA, Índia, Brasil, Canadá e Austrália, com expansão gradual prevista.

Essa funcionalidade aproxima o YouTube do modelo explorado pelo TikTok, que, segundo a eMarketer, deve gerar mais de US$ 20 bilhões em GMV (Gross Merchandise Volume) global apenas com vendas diretas em 2025. Para o YouTube, que conta com a força do Google Shopping, a aposta é que os adesivos se tornem um diferencial competitivo ao oferecer uma jornada de compra mais fluida, segura e mensurável — alinhada aos hábitos de consumo de quem já descobre produtos em vídeos curtos.

Para o usuário, os stickers de compras aparecem como um convite discreto para explorar um item que já chama atenção dentro do vídeo. Para criadores, é mais uma fonte de receita, sem depender apenas de anúncios ou patrocínios. E para marcas, é uma nova vitrine com alto potencial de conversão, já que o vídeo curto desperta o desejo de compra de forma mais orgânica.

Comunidades ganham força como ponto de contato

Outro ponto de destaque nas atualizações é a expansão da aba Comunidade, que antes era restrita a canais maiores e agora chega a mais criadores. A aba permite posts, enquetes, imagens e GIFs, recursos que mantêm o público engajado mesmo fora do fluxo de vídeo.

Para o YouTube, essa camada social é estratégica porque prolonga o tempo de interação com o canal, cria um vínculo mais próximo com a base de inscritos e abre espaço para ações complementares de venda. Por exemplo, um criador pode publicar um Short com adesivo de compras e reforçar o produto na aba Comunidade, usando uma enquete ou um post com foto real do item, gerando mais pontos de contato.

Segundo o próprio YouTube, canais que utilizam ativamente a Comunidade podem aumentar o engajamento geral em até 60%, fortalecendo o relacionamento e abrindo espaço para parcerias mais criativas com marcas.

A tendência global do social commerce

O social commerce não é apenas uma tendência passageira, é uma mudança estrutural na forma como as pessoas descobrem e compram produtos online. De acordo com um relatório da McKinsey, o social commerce deve responder por mais de 17% de todas as vendas de e-commerce até 2025, com destaque para categorias como moda, beleza, eletrônicos e lifestyle.

O Brasil é um dos mercados mais promissores: pesquisas mostram que 53% dos consumidores brasileiros já compraram algo depois de verem um produto em redes sociais, e 80% afirmam ter interesse em comprar dessa forma novamente. Esse comportamento reforça o potencial do YouTube como hub de influência e conversão, sobretudo para marcas que já investem em criadores locais.

O que muda na estratégia de marcas e criadores?

Com o avanço do product tagging, dos adesivos de compras e da aba Comunidade, marcas e criadores precisam se adaptar. Para as marcas, o desafio é ir além de campanhas de awareness e pensar em estratégias de performance, conectando vídeos a ofertas, lançamentos e catálogos integrados.

É fundamental identificar criadores alinhados aos valores da marca e que tenham autoridade real sobre o público, uma vez que 92% dos consumidores confiam mais em pessoas do que em marcas, tornando a escolha de influenciadores um fator crítico de sucesso.

Para os criadores, surge a oportunidade de diversificar fontes de receita e negociar contratos mais robustos, que combinem product tagging, adesivos, posts em Comunidade e ativações multiplataforma. A chave é manter a naturalidade: estudos indicam que conteúdos excessivamente comerciais podem reduzir o engajamento em até 30%, enquanto integrações autênticas geram maior retenção e retorno para todos os envolvidos.

Shorts como peça-chave do ecossistema

O Shorts não é apenas um formato complementar, é o motor de descoberta do YouTube para uma nova geração de usuários. Uma pesquisa da Google indica que 59% da Geração Z usa Shorts para descobrir produtos e tendências. Com os adesivos de compras, o YouTube se posiciona para capturar esse momento de descoberta e levá-lo direto à conversão.

Para marcas, isso significa testar criativos otimizados para vídeos curtos, explorando ganchos visuais, narrativas rápidas e calls-to-action integrados. Para criadores, é a chance de reforçar parcerias comerciais sem sacrificar a dinâmica leve que faz o formato crescer.

Para onde o YouTube quer ir

No fim das contas, as atualizações sinalizam um movimento claro: o YouTube quer ser a plataforma onde tudo acontece: descoberta, engajamento, influência e compra, sem que o usuário precise sair do app ou do navegador. A integração com o Google Shopping, as melhorias no ecossistema de pagamentos e o poder de mensuração da plataforma criam um ambiente fértil para o social commerce escalar de forma sustentável.

Em um cenário onde o comportamento do consumidor é cada vez mais fragmentado, quem souber integrar vídeos longos, Shorts, Comunidade e shopping de forma coesa estará um passo à frente, seja marca, seja criador.

Conclusão

Em um universo onde o vídeo é o principal formato de entretenimento digital, o YouTube avança para transformar cada visualização em uma oportunidade de negócio. Os adesivos de compras nos Shorts, o product tagging e a expansão da aba Comunidade não são apenas novidades pontuais, mas sim peças de uma estratégia maior para unir o melhor do conteúdo com o poder de conversão do e-commerce.

Para marcas e criadores atentos, o momento é de explorar, testar e aprender. Afinal, se o público está pronto para comprar sem sair do feed, quem entregar essa experiência de forma fluida, relevante e autêntica terá vantagem.